Silas: Pior que entra como empregado.
Aliás o rapaz que vende picolé também conta como empregado.
Antes que a galera faça militância burra, devo dizer que essa nova forma de fazer a contabilidade de empregados foi mudado no governo Bolsonaro e o governo Lula só continuou.
Para mim a discussão é outra.
William: Eu não acho “pior que entra como empregado”.
A pessoa realmente está trabalhando e muito, por vezes ganhando mais que CLT.
Meu ponto é que o avanço da Internet melhorou a empregabilidade, não alguma ação de mérito do Governo.
Silas: São visões de mundo que pra mim não é por causa de governo A ou B.
É um vendedor de picolé que recebe até ajuda de bolsa família pra poder ter o que comer pra mim não é empregado.
Eu confio mais nos dados do CAGED que até vieram positivos.
Consideraram algumas condições como empregados que pra mim não o é.
William: Os números positivos vem de um gasto brutal do Governo, isso faz crescer o PIB.
Mas é o famoso voo de galinha.
Mais brasileiros já sabem disso.
É como parecer rico estourando todos os limites do cartão de crédito.
A hora que vem a fatura ...
O Silas não esta "tecnicamente" errado.
Quando falamos de emprego a dedução óbvia é que há um empregador.
Porém, na economia complexa que vivemos, as linhas que separam conceitos são tênues.
Vamos pegar o exemplo do "rapaz que vende picolé".
Se os picolés não são dele, ele revende por uma comissão, então mesmo informalmente tem um empregador, esta empregado.
Se o rapaz compra os picolés de algum fornecedor ou faz artesanalmente ... trabalha por conta própria.
De qualquer forma, o rapaz exerce uma atividade que lhe traz alguma renda.
Em economia tem uma sigla que deveria ser mais divulgada, facilita o entendimento de muitas coisas.
PEA significa População Economicamente Ativa.
"É um conceito econômico que se refere ao total de pessoas com idade para trabalhar que estão empregadas ou desempregadas, mas que procuram emprego ativamente.
Em outras palavras, é a soma da força de trabalho disponível em um país ou região."
Nossa legislação na pratica considera PEA quem está com mais de 16 anos, menos de 65 (homens), não está invalido e quer trabalhar por alguma renda.
Um rapaz de 20 anos que esta se dedicando aos estudos (ou nem isso) e vive as custas dos pais não faz parte da PEA.
Vejam que para "classificar" um cidadão em termos de "trabalho" precisa de uma verdadeira investigação familiar e pessoal, evidente que isso não é fácil de fazer.
(O cidadão pode falar na entrevista que quer trabalhar ... mas mesmo sem experiencia só aceita um emprego que trabalhe pouco e ganhe muito ... quem não quer ...)
Dentro da PEA, fica menos difícil verificar se a pessoa exerce alguma atividade que lhe traz alguma renda ou não.
Surge o termo "ocupação".
Vejam o caso das prostitutas, por enquanto não é uma profissão regulamentada.
A mulher pode se declarar como "autônoma" e contribuir dessa forma para a Previdência Social, contando como tempo para aposentadoria.
Podemos dizer que é uma "desempregada", "desocupada"?
Sabemos que a prostituição movimenta muito capital.
Vamos simplesmente ignorar essa atividade?
Para finalizar, uma provocação.
O rapaz que rouba tem uma ocupação, ladrão?
Conceitualmente tem.
Roubar da trabalho, movimenta muito capital, proporciona renda para o individuo.
Mas quem pensaria em aceitar o crime como atividade "normal"!?
Esse tipo de pessoa não existe na sociedade.
Será?
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