Poderia estar se fazendo de vítima da sociedade, mas foi
a luta.
FILHO DE UM PEDREIRO E DE UMA EMPREGADA DOMÉSTICA, Rafael
frequentava uma escola pública e sabia que jamais sua família poderia pagar por
um cursinho de preparação para o vestibular, muito menos por uma faculdade
privada.
Por isso, CHEGOU A PASSAR DOZE HORAS POR DIA
DEBRUÇADO SOBRE LIVROS, devorava material didático gratuito disponível na
internet e ficou fluente em inglês sem nunca ter frequentado um curso do
idioma.
Aprendeu tudo prestando atenção a séries,
jogos de videogame e filmes.
O esforço acabou sendo recompensado.
Em 2015, FOI APROVADO NA FACULDADE DE
MEDICINA DA USP (58,7 candidatos por vaga) e, em setembro passado, conseguiu
uma façanha ainda maior: foi um dos sete alunos da universidade selecionados
para intercâmbio de um ano na Harvard Medical School, nos Estados Unidos, uma
das instituições de ensino mais prestigiadas do mundo.
Depois da festa ao passar no funil para o
intercâmbio na Harvard, Rafael teve de driblar outro dilema financeiro, pois o
programa não custeia viagem e estadia.
A solução encontrada por ele foi contar sua
história, incluindo uma cópia da carta de aprovação da instituição de ensino
americana, e pedir ajuda no Catarse, plataforma de financiamento coletivo.
Em apenas duas semanas, havia conseguido
chegar à meta de amealhar 50 500 reais para a empreitada.
No último dia 8, o valor alcançava quase 90
000 reais. Cerca de 40% dos financiadores são de Santa Catarina.
DUAS PESSOAS ANÔNIMAS DOARAM, CADA UMA, 10
000 reais.
[Adriana Faria – Veja]
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