Sofia: Os relacionamentos dentro do Capitalismo são tratados
como uma posse a mais.
Não à toa, as
pessoas consideram romântico falar que alguém “é dela” e que ela “pertence a
alguém”.
Afinal, só conhecem
mesmo o possuir.
Quem faz uma boa
análise dos relacionamentos atuais em comparação com investimentos financeiros
é Bauman.
As pessoas estariam
sempre acompanhando os “retornos” dos seus relacionamentos, e comparando com
outras “possibilidades de investimento” tão logo tenham “resultados negativos”.
William: Como são os relacionamentos no Socialismo?
Em Cuba ou na
China a mulher tem mais "protagonismo" que na Inglaterra ou Estados
Unidos?
Sofia: Fico feliz que tenha perguntado.
O assunto é
claramente amplo demais pra responder por aqui, mas posso dar alguns exemplos:
já em 1920, a União Soviética legalizou o direito de aborto, tendo também
colocado em lei igualdade de cargos e salários para os gêneros.
Em Cuba, as
mulheres são 65% das universitárias e 55% das deputadas.
Mas um dos pontos
que considero mais importantes são os restaurantes públicos e creches públicas
para emancipar as mulheres da exclusividade das tarefas domésticas.
William: A URSS em 1936 revogou o direito ao aborto.
Depois que Stalin
estava consolidado no poder, não precisava muito do apoio das mulheres.
No
"Ocidente" vimos muitas mulheres poderosas.
Na Inglaterra
tivemos rainhas e Margareth Thatcher.
Na Alemanha Ângela
Merkel.
No Estados
Unidos Hilary e muitas mulheres influentes.
Até o Brasil
teve a Princesa Isabel e Dilma
Na Rússia e em
Cuba ... não lembro de ninguém ...
Sofia: Eu, respeitosamente, discordo de você.
Essa é uma visão
liberal do que seria o feminismo: mulheres no topo.
O topo é pequeno
no Capitalismo, então quem tá lá em cima, homens ou mulheres, é sempre uma
minoria.
E a base continua
sendo explorada.
Pessoas como Thatcher não melhoraram as
condições de vida pra maioria das mulheres.
O feminismo
socialista sonha com uma emancipação de toda a classe trabalhadora, incluindo
as mulheres +
William: Não sei de nenhum empecilho para mulheres fazerem
faculdade nas nações capitalistas.
Quanto a serem políticas
... Cuba, Rússia, China são ditaduras, cargos legislativos não fazem grande
diferença.
Sofia: Todavia, se quer exemplos de nomes dos movimentos
socialistas, eu sugiro leituras de Aleksandra Kollontai, Célia Sanches, Ângela
Davis, Lélia Gonzales (essa do Brasil)e etc.
Não se esqueça: é
claro que os meios de comunicação vão falar das mulheres burguesas e não das
mulheres socialistas.
Por que elas
promoveriam o socialismo?
Quanto à Dilma,
acredito eu que ela se permaneceu mais fiel à causa socialista do que o seu
predecessor durante o seu governo.
William: Os meios de comunicação são claramente
esquerdistas.
Se tivesse
mulheres socialistas de destaque no poder em países socialistas de certo seriam
reverenciadas.
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