quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Gênero e Biologia

 


 


  "O conceito de gênero é besteira e ser não binário é um ato político."

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   De uns meses pra cá tenho começado a questionar se a existência do conceito de gênero faz sentido na sociedade atual e sobretudo se fará no futuro. 

   Quanto mais eu penso, mas chego a conclusão de que não.

 

  Tipo, em primeiro lugar, o que é gênero? 

  Bom, por muito tempo gênero foi tido como uma construção social que abarca ideias como expressão de gênero, papéis de gênero e afins. 

  A questão é que todas essas ideias estão caindo por terra na atualidade.

 

  Papéis de gênero: no passado talvez fizesse sentido dividir as coisas assim, afinal "o homem saía pra caçar, a mulher ficava na caverna pra cuidar dos filhos" e essa coisa toda. 

  Mas, quanto mais o tempo passa, menos essa divisão faz sentido. 

  Hoje tanto homens quanto mulheres podem trabalhar e constituir carreira, temos mulheres entrando para o exército, temos profissões que antes eram exclusivamente exercidas por homens sendo exercidas por mulheres, temos homens cuidando dos filhos (poucos kkkkk mas temos), enfim, os papéis de gênero estão cada vez mais difusos e qualquer pessoa pode desempenhar qualquer função social hoje em dia.

 

  O mesmo ocorre com estereótipos de gênero e expressão de gênero. 

  Hoje em dia ter cabelo curto, gostar de futebol, gostar de videogame e usar calça e roupa larga é coisa exclusivamente de homem?

   Não! Qualquer """"lésbica caminhoneira"""" faz isso e é vista como mulher pela sociedade. 

  A mesma coisa em relação a estereótipos de gênero feminino (ninguém questiona se o harry styles é h*mem mesmo que ele use vestido, pinte as unhas, tenha cabelo longo e cante pop romântico).

 

  Então assim, tudo que define gênero (enquanto um conceito que define "masculinidade" e "feminilidade") parece fazer mais parte do passado do que do presente. 

  E, ao meu ver, no futuro (tipo, daqui 500, 1000 anos) esses conceitos vão estar tão diluídos que simplesmente vão sumir.

 

  Acho que uma "prova" disso é a existência de xenogeneros. 

  Não me entendam mal: eu sou neurodivergente e adoro o conceito de xenogenero, acho muito massa e válido. 

  Porém, ao meu ver, a maior parte dos xenogeneros falam muito mais sobre personalidade / identidade do que sobre aspectos da "masculinidade" ou "feminilidade" da pessoa. 

  Pyrogênero fala sobre se identificar com fogo, Felinigênero sobre se identificar com gatos. 

  Esses dois exemplos estão muito mais relacionados a personalidade da pessoa do que a noções de "homem" ou "mulher".

 

  Isso invalida os xenogeneros? 

  Pra mim não. Pra mim na verdade isso """"invalida"""" o próprio conceito de gênero. 

  Ao meu ver, no próximo milênio certamente o conceito de gênero vai ter sumido e as pessoas serão só pessoas, sabe?

   Pra ser sincero, acho meio besta a gente ficar tentando entender se o outro é homem, mulher ou algo além disso. Tipo, o que isso quer dizer de forma substancial no fim, sabe? O que eu acho que importa e que vai importar no futuro, ao meu ver, é somente a personalidade.

 

  E assim, eu entendo que hj em dia o conceito de gênero ainda é importante! Entendo como é importante pra uma mulher ser vista como mulher e se ver como uma. Pra mim também é importante ser lido como não binário. Então não estou dizendo que o conceito não faz sentido hoje em dia, só que vai deixar de fazer, sabe?

 

  É por isso que, pra mim, ser não binário não é só uma identidade de gênero, mas também é um ato político. É dizer pra sociedade que você não vê sentido no conceito de gênero como ele se constrói hoje, é subverter a ideia binarista que se tem de gênero. Pra mim, ser não binário é algo político a medida que nega a estrutura de gênero imposta e questiona esse conceito em sua base.

 

  Ps: não estou 100% convicto dessa opinião e estou disposto a revê-la e mesmo a mudar de ideia totalmente caso haja argumentos convincentes. 

  Ou seja, estou aberto a debater sobre tudo isso! Só pfv não vá nos comentários só pra dizer "ai q burrice lkkkkk" e não oferecer um único argumento que rebata minha opinião.

 


 

William: Meu ponto de vista sobre a discussão da "Inversão de Papéis" é o seguinte:


  Gênero, em termos de papéis, comportamentos e expectativas, é uma construção social baseada no sexo biológico. 

  No entanto, essas construções não são arbitrárias; elas têm uma "razão de ser". 


  Veja essa analogia, um carro é construído para a anatomia humana (hominídea). 

  A questão fundamental é se certas características são puramente fruto de imposição social ou de características naturais das mulheres e dos homens.


  Na minha experiência pessoal, com duas filhas, minha esposa sempre as vestiu como meninas.

   Elas nunca demonstraram rejeição, mas se espelharam naturalmente na mãe como referência de comportamento (usar salto alto, batom). 


  Por que eu complicaria a situação, estimulando-as a ter um homem (eu) como referência de comportamento? 

  Qual seria a lógica disso?


  A discussão sobre "papéis" femininos tradicionais (como ser criada para ser dona de casa) fazia sentido na sociedade de 1950 ou 1960, mas não mais. 

  Em minha casa, sempre dividimos as tarefas entre todos. 

  Se a meta era a igualdade na divisão de afazeres, isso já se tornou um fato social consolidado.


   A meu ver, o que restou de significativo na chamada "inversão de papéis" é a questão da atração e relacionamento homoafetivo (homem com homem e mulher com mulher). 

  Fora isso, as mudanças nos papéis sociais tradicionais já são uma realidade há décadas.


Comentarista: Oi, obg por comentar!

  Achei pertinente o seu comentário, mas gostaria de entender um pouco mais sobre o que exatamente no gênero vc acha que se baseia no sexo biológico. 
   Tipo, o que “prova” essa relação pra vc?
   Sobre suas filhas, super entendo! 
   Acho que o ponto não é estimula-las a “se comportar ou se vestir como homem” mas sim aceitar se elas demonstrarem interesses por coisas, vestimentas e brincadeiras “tipicamente masculinas”, sem proibir elas de ter um hot weels por exemplo, sabe?
  Sobre a questão da homossexualidade, acredito que isso na seja uma inversão de papéis de gênero e sim apenas uma questão de preferência sexual.


William:  “sobre o que exatamente no gênero vc acha que se baseia no sexo biológico.”

  As mulheres passarem mais tempo com as crianças, por exemplo.
  Gestar um ser no próprio ventre “em geral” cria uma conexão inimaginável para um homem.
  Algo bem comum é a gestante falar com a “barriga” 😉, a relação mãe/filho, acontece bem antes e de forma muito mais intensa que a relação pai/ filho.
  Minhas filhas foram amamentadas por pouco mais de seis meses e nesse período eu era meio que ninguém para elas, a minha esposa era tudo e mais alguma coisa 😂.


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Gestar um ser no próprio ventre “em geral” cria uma conexão inimaginável para um homem.
  Algo bem comum é a gestante falar com a “barriga” 😉, a relação mãe/filho, acontece bem antes e de forma muito mais intensa que a relação pai/ filho.
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https://williamrobsonfilosofia.blogspot.com/2025/11/genero-e-biologia.html

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