“A questão de matar alguém é uma questão
moral, descritiva (certo e errado) e prescritiva (devo ou não fazer algo, com
base na minha descrição do certo e errado).
Essa moral, quanto mais
geral, melhor para as relações humanas.
Obviamente, todos terão
de abrir mão de alguma de suas vontades.
Imagino que uma pessoa
com vontade de matar outras quando essas o/a irrita, deverá refrear esse seu
sentimento em prol da convivência.”
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Assim como você não quer que outros lhe
imponham a maneira de pensar você não deve impor sua maneira de pensar aos
outros, mas todos devemos defender nossas opiniões de preferência com boas
argumentações.
Nos inúmeros casos de obvia divergência, vivemos
em um estado democrático e a maioria decide as leis que irão reger a nação.
Enquanto a maioria não quiser uma maior
flexibilização das leis que regem o aborto, não pressionará a classe política.
As leis rígidas que temos hoje serão mantidas
e todos temos que respeitar.
Eu sou contra o aborto, mas entendo sua
necessidade em nossa sociedade, por isso ☛defendo a flexibilização.
No caso da eutanásia eu deixei bem claro que
a pessoa ENQUANTO COM SAÚDE deve entender o que pode lhe aguardar na velhice ou
em algum acidente grave que pode ocorrer a qualquer momento.
Ela deve manifestar aos familiares seu desejo
e este deve ser RESPEITADO.
Meus familiares sabem o quanto prezo minha independência
física, se for para viver gravemente debilitado ... prefiro descobrir o que tem
do outro lado.☻
Se for alguma doença que chega devagar como Alzheimer
eu dou meu jeito...
Minha preocupação é depender
dos outros para pôr fim a minha vida e ter uma lei arbitrariamente impedindo médicos
e familiares de cumprir o meu desejo.
[Em nome de uma
religião ou um princípio moral que não é meu]
Vamos falar de egoísmo?
Tem pessoas que querem manter seu ente
querido de qualquer jeito, isso não é egoísmo!?
Eu conheço o suficiente minha esposa para
saber que ela vai querer me manter vivo até as últimas consequências.
Eu espero que ela não “seja egoísta” de
realizar a vontade dela e não a minha.
Se ela me ama ou tem respeito por mim, por
maior que seja sua dor espero que “me desligue”.
Por outro lado, por enquanto, minha esposa
tem muito apego a vida, ela não quer ser “desligada” eu a amo e a respeito, obedecerei
seu desejo.
Vai doer demais em mim, não quero assistir minha
esposa definhando aos poucos, mas se é sua vontade...
Minha esposa teve uma experiência terrível que
a fez balançar em suas convicções.
Ela viveu por algum tempo o que eu falo.
Ficou totalmente dependente de terceiros e
recebendo agulhadas dia e noite.
Ela resistiu porque tinha boas chances de
cura e 2 filhas pequenas, mas ela me disse que a dor foi tanta que teve
momentos que preferia morrer.
Imagine uma pessoa com os filhos já criados,
em uma idade mais avançada e com baixas chances de cura.
Se sair do hospital terá uma baixa qualidade
de vida e alta dependência dos outros.
Oras, é perfeitamente compreensível
que muitos humanos cheguem à conclusão que em certas situação é melhor encerrar
a vida.
Ficar se apegando a que?
A um livro sagrado ou ao “código moral” de
algum ateu ou agnóstico?
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