domingo, 9 de março de 2025

Escravidão Remunerada

 




Caio: Uma vez eu estava trabalhando em um restaurante, e estava no ócio, não tinha cliente, tudo arrumado em seus devidos lugares.

  Então chegou o gerente e disse: "vai varrer o terraço".

  Eu disse; acabei de varrer, olha como está limpo.

  Ele retrucou: limpe alguma coisa, varra, finja que está sendo produtivo para o patrão não olhar nas câmeras e ver você parado e pensar: não serve pra nada, vou demitir.

  Olha o nível de pensamento escravista que essas pessoas possuem. 

  Doentes e adoecem funcionários.


William:  O seu "radicalismo" não é melhor que o dele.

  Ser escravo é ser propriedade de alguém.

  Você colocar no mesmo nível um emprego "CLT" é no mínimo "insensibilidade" com a situação real de escravidão.

 

Caio: Escravidão remunerada, também é escravidão.

  O sociólogo Orlando Petterson inclusive já afirmou que a escravidão não desaparece no capitalismo, ele apenas se transforma e muda de forma.



William: Muitos grupos mudam o conceito das palavras para se encaixarem em suas ideologias.

  Eu nem falei de remuneração.

  Se você é propriedade de alguém não tem liberdade nem para pedir demissão.

  Porque você acha que os escravos "fugiam"?


Caio: Muita gente não tem a "liberdade" de pedir demissão. 

  Existe a coerção social pelo desemprego. 

  Já passei anos em um emprego péssimo simplesmente porque não tinha outra opção.



William: Então deveria ser grato ao seu empregador, sem ele você teria morrido de fome.

  (Foi você que disse não ter opção.)


Caio: Da mesma forma que um escravo deve agradecer a um Sr de engenho por não ter morrido de fome?


William: Não, é bem diferente.

  O individuo (ou seus pais) foi capturado, sequestrado.

  Passou a ser propriedade de alguém.

  Como eu disse, o mimimi "CLT" é uma afronta a situação real de escravidão.

  Tipo comparar uma mulher que transa a contra gosto com o marido, só para manter o casamento, com a situação de outra que é estu...


  Trabalhar em geral é desagradável, entretanto se queremos nos sustentar sem ser fardo para ninguém (inclusive sociedade) ... nos esforçamos para sermos profissionais.


  Muito diferente de ser capturado, ser obrigado a servir alguém sob pena de morte ou castigos.


 






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