terça-feira, 6 de março de 2018

Justiça do Trabalho


  “Aconteceu numa sessão qualquer de uma dessas comissões da Câmara dos Deputados em que pouca gente fala, pouca gente escuta e quase ninguém presta atenção, mas nas quais, de vez em quando, é possível ficar sabendo das coisas mais prodigiosas.

  No caso, o deputado Nelson Marchezan Júnior, do Rio Grande do Sul, tomou a palavra a certa altura dos procedimentos e revelou o seguinte:

  A Justiça do Trabalho deu aos trabalhadores brasileiros que recorreram a ela no ano passado um total de R$ 8 bilhões em benefícios.
  No decorrer desse mesmo ano, gastou R$ 17 bilhões COM SUAS PRÓPRIAS DESPESAS DE FUNCIONAMENTO.

  É isso mesmo que está escrito aí.
  A Justiça do Trabalho brasileira custa em um ano, entre salários, custeio e outros gastos, o dobro do que concede em ganhos de causa à classe trabalhadora deste país.
   Pela aritmética elementar, calculou então o deputado, o melhor seria a Justiça do Trabalho não existir mais, pura e simplesmente.
  Se o poder público tirasse a cada ano R$ 8 bilhões do Orçamento e entregasse essa soma diretamente aos trabalhadores que apresentam queixas na Justiça trabalhista, todos eles ficariam tão satisfeitos quanto estão hoje, as empresas reduziriam a zero os seus custos nesse item e o Erário gastaria metade do que está gastando no momento.
  Que tal?

  Não existe nada de parecido em país algum deste mundo, ou de qualquer outro mundo.
  Como seria possível, numa sociedade racional, consumir duas unidades para produzir uma — e achar que está tudo bem?

  Você pode querer que nenhuma mudança seja feita nisso aí.
  Também pode achar que esse sistema, tal como está, é uma conquista social.  

  SÓ NÃO PODE QUERER QUE UM NEGÓCIO DESSES FUNCIONE.”








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