“Aconteceu numa
sessão qualquer de uma dessas comissões da Câmara dos Deputados em que pouca
gente fala, pouca gente escuta e quase ninguém presta atenção, mas nas quais,
de vez em quando, é possível ficar sabendo das coisas mais prodigiosas.
No caso, o
deputado Nelson Marchezan Júnior, do Rio Grande do Sul, tomou a palavra a certa
altura dos procedimentos e revelou o seguinte:
A Justiça do
Trabalho deu aos trabalhadores brasileiros que recorreram a ela no ano passado
um total de R$ 8 bilhões em benefícios.
No decorrer desse
mesmo ano, gastou R$ 17 bilhões COM SUAS PRÓPRIAS DESPESAS DE FUNCIONAMENTO.
É isso mesmo que
está escrito aí.
A Justiça do
Trabalho brasileira custa em um ano, entre salários, custeio e outros gastos, o
dobro do que concede em ganhos de causa à classe trabalhadora deste país.
Pela aritmética
elementar, calculou então o deputado, o melhor seria a Justiça do Trabalho não
existir mais, pura e simplesmente.
Se o poder
público tirasse a cada ano R$ 8 bilhões do Orçamento e entregasse essa soma
diretamente aos trabalhadores que apresentam queixas na Justiça trabalhista,
todos eles ficariam tão satisfeitos quanto estão hoje, as empresas reduziriam a
zero os seus custos nesse item e o Erário gastaria metade do que está gastando
no momento.
Que tal?
Não existe nada
de parecido em país algum deste mundo, ou de qualquer outro mundo.
Como seria
possível, numa sociedade racional, consumir duas unidades para produzir uma — e
achar que está tudo bem?
Você pode querer
que nenhuma mudança seja feita nisso aí.
Também pode achar
que esse sistema, tal como está, é uma conquista social.
SÓ NÃO PODE
QUERER QUE UM NEGÓCIO DESSES FUNCIONE.”
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