domingo, 8 de janeiro de 2023

Sobrinhos

 


 

  

 


 

  Não sou tão “dramático”.

  Nossas vidas vão tomando rumos diferentes, aceito o distanciamento como algo natural, esperado.

  Eu também fui me distanciando dos meus tios.


  Exemplo.

  Meu tio Diberto frequentava minha casa quando eu era bem criança.

  Éramos próximos.

  Ele era "molecão", gostava de estar próximo da irmã (no caso minha mãe).

  Nos nossos "momentos contínuos" de dificuldade financeira ele nos socorria com alguma coisa.

  Não sei precisar, mas em algum momento ele casou com minha Tia Giselda daí não sobrava tempo nem dinheiro para manter a "aproximação" com minha família...


  Sei lá, mesmo criança eu já entendia muito bem essa situação.


  Minha vida também foi seguindo, trabalho, estudo, relacionamentos...


  Meus tios, todos eles, sempre lembro com carinho.

  Tia Dete, Vera, Neguinha, Mina, Dina...

  Tio "Ardo", Tonho, Fun, Roberto...


  Mas a vida segue...



  Eu tenho muitos sobrinhos, tenho carinho por todos eles.

  Mas nosso contato fora da Internet é nenhum.

  Eu sou recluso e eles tem a vida deles, muitos são casados com filhos.


  Aceito esse "distanciamento" até com filhos.

  Não acredito que minhas filhas estarão comigo pela vida toda ... na situação que nos encontramos hoje.


  O natural é que casem, tenham filhos.

  Se continuarem em Campinas é provável que tenhamos algum contato.

  Se morarem em outra cidade ... o contato será esporádico, só pela Internet.

  

  A vida em linhas gerais é bastante previsível, as pessoas fazem dramas porque alimentam expectativas infundadas...

  

  Sentido da Vida

 


 


                                            

  

    

  Meu tio “Diberto” está desenganado.

  Não tivemos um contato muito grande, mas é inevitável lembrar do tio querido que de vez em quando aparecia só para mostrar que ainda estava vivo ou para matar as saudades.

  Como é chegar ao último dia?

  A mesma vida que nos cansa, nos deixa triste com seu término.

  Seria muito bom que ao invés de um leito de hospital, meu tio estivesse por aí, sumido no mundo e aparecesse a qualquer momento.

 

  “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, se a gente parar pra pensar, na verdade não há.”

 

  Descanse em paz tio Diberto, eu ficarei aqui paradoxalmente "lutando em paz".

  Talvez exista um “amanhã” e de repente agente se encontre para mostrar que ainda estamos vivos ou só para matar as saudades...


[Escrito em 11/06/2009]


  A tia Giselda está firme e forte💗 vida longa e próspera!

 

 


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3 comentários:

Anônimo disse...

A minha tia Tereza, irmã do meu pai [o pai-Pitaco...) morreu no dia dezessete de setembro de 2.022, aos oitenta e quatro anos, de Alzheimer, piorado depois da cuidadora, a prima Aparecida ter morrido em junho de 2.021 de covid, aos sessenta e um anos, já com a primeira dose fa vacina.
Problema é que são três doses que nos protegem e... como sabemos... etc.

Nihil a declarar 😐

Anônimo disse...

Desculpe o erro ortográfico do primeiro comentário.

Que Deus tenha os nossos tios que morreram, em bom lugar.

William Robson disse...

É, da morte ninguém escapa, se conseguimos passar dos 60 com saúde aceitável, já estamos no lucro.